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O erótico em evidência nas prateleiras

Romances com conteúdo adulto dominam o mercado digital

Por Ana Milena Rocha

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Ilustração por Anderson Romeu

Na atualidade, poderosos CEOs e inocentes mulheres virgens se tornaram o grande clichê de romances eróticos. Algo que ficou mais em evidência após o lançamento da adaptação cinematográfica do livro de “Cinquenta Tons de Cinza” da autora estadunidense E.L. James que, apesar de ter sua qualidade duvidosa, é impossível negar o seu sucesso de vendas e bilheteria, trazendo esse gênero para um maior destaque. 

O gênero ainda tem uma reputação subestimada pelo público geral. “Sexo, para muita gente, ainda é tratado como algo que nunca deveria ser mencionado fora de casa, então isto dá uma visão ruim e suja ao conteúdo”, diz Safira Castelo, que iniciou sua carreira de escritora em plataformas de auto publicação.

De acordo com uma pesquisa levantada pelo Datafolha, encomendada pelas empresas Omens e Happn, mais da metade dos brasileiros (57%) evita falar sobre sexo pelo menos por um período com seu parceiro. Além disso, 31% dos entrevistados afirmam que evitam tocar nesse assunto de qualquer forma. Este comportamento pode ser o reflexo de alguns fatores muito presentes na sociedade brasileira: modelo de relacionamento ideal cristão (religião predominante no país, segundo levantamento do Datafolha em 2020), o que faz com que tudo que é ligado ao tema se transforme em um tabu, por essas crenças ligarem o sexo ao pecado, inclusive em produções literárias.

Em contrapartida, autores desse gênero encontraram seu refúgio para produzirem suas histórias em plataformas digitais. Foi o que aconteceu com “Cinquenta tons de cinza”, que antes de seu sucesso nas livrarias, era uma fanfiction (ficção feita por fãs) sobre a saga “Crepúsculo”. Kel Costa é uma das Crepusculetes (nome do fandom da saga) que se inspiraram com a história para colocar o seu toque especial “Eu comecei a escrever fanfic lá em 2008, fanfics de "Crepúsculo", e justamente para poder mostrar a parte da lua de mel, porque em Crepúsculo não tem hot, não tem cenas detalhadas de sexo”, conta a autora da trilogia "Soprattuto." “Ao passar do tempo que eu fui realmente incrementando e acrescentando o erótico mais pesado nos meus livros”, completa.

O sucesso instantâneo da famosa história entre Christian Grey e Anastasia Steele despertou a curiosidade da editora Paula Drummond, que decidiu analisar esse fenômeno em seu trabalho de conclusão de curso de comunicação social. “Minhas conclusões foram que a literatura erótica era historicamente masculina, mas vinha cada vez mais sendo ligada à mulher, como autora, editora, leitora, protagonista, etc", diz ela que atualmente trabalha na editora Rocco. “Aquela literatura erótica não era exatamente revolucionária, ela respeitava as ideias católicas de prazer com casamento, entre pessoas cis, brancas, magras e monogâmicas. Uma história de amor clássica com pitadas do que já estava se aceitando de liberdade sexual da mulher em 2015”. Paula Drummond aponta que histórias que fogem do “modelo Cinquenta Tons” não são tão bem sucedidas porque fogem dos ideais de um relacionamento cristão. O enredo automático dessas histórias seria criar uma personagem frágil e uni-la a um parceiro controlador que possa oferecer conforto, amarrando sexo ao casamento. Isso implica com outras características de personagens não-brancos, não-monogâmicos, gordos e LGBTQIA+ que, uma vez incluídos no enredo, podem causar desinteresse nesse público.

Conjunto de três histórias com a mesma temática ou sequência de enredo, sendo a obra mais recente a continuação das anteriores.

Referente à “lenda” ou “aventura”, a saga é caracterizada por histórias com personagens de uma determinada cultura ou até mesmo religião. Tem mais de um livro, pois sua duração é longa, ou seja, o enredo se desenvolve em anos, séculos ou até eras.

Traduzido do inglês, “Quente”. Refere-se às cenas eróticas descritas em livros.

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Imagens dos filmes Cinquenta Tons de Cinza e Saga Crepúsculo: Amanhecer

Por outro lado, Drummond salienta que a internet é essencial para o crescimento do gênero e cita plataformas como Wattpad e AO3, como os principais veículos para a auto publicação dessas histórias. “Os prós são a possibilidade de publicação para muitos autores que não teriam espaço no mercado tradicional, acho importante essa democratização. Os contras acho que é principalmente a falta de trabalho editorial no texto, o que gera muita coisa mal escrita e problemática por aí”.

A qualidade da escrita do gênero é sempre muito questionada, mesmo após passar pelo processo editorial, mas a realidade é que todas as categorias têm sua “irmã feia” no quesito escrita ou até mesmo enredo. Escritores de histórias eróticas também precisam ter boas referências de escrita e saber dosar nas cenas de sexo, afinal os leitores não estão atrás unicamente disso. “Eu, particularmente, prefiro histórias que foquem mais no enredo do que no ato sexual em si”, conta a estudante de Letras pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Amanda Amaral. De fato, muitos esquecem que o erótico é uma vertente do romance, então naturalmente o interesse está na história, as cenas explícitas acabam sendo um bônus. “Quando o livro tem muito conteúdo sexual ele fica chato. Tudo precisa ser bem trabalhado”, afirma o leitor e estudante de Direito, David Eduardo. Esses excessos de cenas de sexo, que muitos imaginam que seja corriqueiro nessas obras, não passa de um mito, já que nem os leitores nem os autores gostam de trabalhar nessa mesmice. “Eu também canso, então se eu pego um livro que tem um capítulo atrás do outro só de sexo e sempre a mesma coisa, eu pulo as páginas, eu não leio também. Porque cansa, sabe? Se você não está ali deixando uma coisa diversificada, vai cansar”, relata Kel Costa.

No erotismo, para mim, é não ser repetitiva. Porque, se você entrar em um site pornô, você vai ver as coisas mais diversas possíveis. As coisas mais mirabolantes. Mas, na vida real, não é assim, né? O sexo na vida real, principalmente o sexo de um casal que está há um tempo junto, namorados ou casados, é um sexo comum, é um sexo de pessoas que têm uma rotina agitada, que têm um tempo curto para estar junto, né? 

Às vezes as pessoas passam o dia inteiro trabalhando, chegam em casa cansadas, quando elas vão para a cama, elas fazem um sexo rápido, um sexo básico, né? Ficam ali só em uma posição ou na outra, dura o quê? Alguns minutos. Então, essa é nossa realidade. Só que eu não posso escrever sobre a nossa realidade. Porque imagina um livro com quatrocentas páginas se eu colocar cinco cenas de sexo completamente iguais. Porque é isso, no nosso dia a dia, na nossa correria, a gente acaba quase sempre fazendo a mesma coisa. 

É claro que existem exceções, existe aquele dia que você quer realmente fazer algo diferente, que você quer apimentar a relação, mas o mais básico, o feijão com arroz, é sempre igual. Mas no livro não pode ser sempre igual. Então esse para mim é o meu maior desafio. É diferenciar, é fazer cenas diferentes, fazer cenas novas, com cenários novos, com posições novas, sem deixar isso forçado, sabe? Conseguir colocar essa diversidade dentro do enredo, casando com o enredo, dando uma naturalidade a isso, entendeu? 

Transcrição do áudio

Não é fácil inovar o repertório, o autor precisa estudar e ter referências sólidas para uma boa escrita e criar um bom enredo. Thalissa Betineli, autora de "Razera", diz que além de se inspirar em seu cotidiano para criar seus livros, ler obras de outros autores e realizar pesquisas ajuda a enriquecer seus trabalhos. “Sou autora de romance erótico, mas junto ao gênero, sempre leio outros, como terror, fantasia e suspense. Aprendo muito no que se diz respeito à construção narrativa com esses gêneros”.

Os tons mais escuros

 

Pode não ser para o gosto de todos, mas para aqueles que procuram histórias mais pesadas, o subgênero Dark Romance é um prato cheio. “Carrega tabus no sentido moral, como relacionamentos abusivos, violência doméstica, violência gráfica, abuso sexual, incesto, situações subversivas e personagens controversas. Ao escrever, sempre devemos alertar, no começo da história, sobre os gatilhos desse subgênero”, explica Thalissa Betineli. “O público consome. Seja por gosto pessoal ou para criticar”.

Sub-gênero literário no qual existe uma relação romântica com características violentas, como sequestros, abusos físicos e psicológicos, entre outros.

Transcrição do áudio

Eu acho que depende muito do tipo de história que você está escrevendo, que o autor está escrevendo. Porque eu tenho sexos dos mais variados em cada livro meu. Se eu estou escrevendo um romance que tem uma pegada mais light, que o casal é mais romântico, mais fofinho, a história mais fofinha, o sexo ali vai ser um sexo mais leve também. 
Para mim, não tem lógica: se eu estou escrevendo dois personagens, dois protagonistas tímidos, não tem lógica eu botar uma cena de sexo quase de vídeo pornô acontecendo entre eles. Então, eu preciso pesar a mão de acordo com o tipo de história que eu estou escrevendo. Já, por exemplo, com SS Pleasury, o que é SS, não sei se você conhece, mas é a história de um trisal, são dois gêmeos que são atores pornôs e eles se relacionam com a chefe de cozinha deles. Obviamente, eu não poderia escrever cenas leves de sexo porque eles são atores pornôs.  Durante o livro, eu falo muito sobre o trabalho deles, eu mostro muito os bastidores do mundo pornô. Então, nesse livro, eu pesei totalmente a mão, eu carreguei nas cenas de sexo, eu fiz cenas de sexo realmente bem pesadas, bem trabalhadas, com muita descrição, que eu não teria feito se eu fosse escrever um livro de… por exemplo, eu tenho um livro que é de uma babá que tem cenas muito leves, aquelas cenas que eu só dei uma pincelada de erotismo e pare, entende? Então varia de acordo com o que você está escrevendo.

Um exemplo que ilustra esse subgênero é o livro “365 DNI”, que teve sua adaptação pela Netflix no ano de 2020. O romance começa de uma forma bem peculiar, um sequestro que segue para um cárcere privado e a história flui com cenas e diálogos moralmente questionáveis. Pode parecer um roteiro um tanto complicado para se adaptar, porém o filme fez sucesso de público na plataforma e gerou engajamento nas redes sociais por semanas, alguns falando da aparência do ator, Michele Morrone, e que queriam estar no lugar da atriz, Anna-Maria Sieklucka, que contracena com ele, mesmo que as circunstâncias que uniram o casal não sejam saudáveis. “As pessoas querem ler algo diferente da sua realidade, querem se impactar, ter emoções fortes”, opina Ariela Pereira, escritora de "Ardente e Misterioso". “Acho sem sentido dizer que uma mulher pode levar esse tipo de relação para sua vida real, é como dizer que alguém que leu um livro de terror vai sair por aí procurando um zumbi ou um vampiro para se relacionar”, conclui.

Transcrição do áudio

Eu detesto romantização de relacionamento tóxico, tá? Você provavelmente não vai encontrar isso nos meus livros, você consegue encontrar homens ciumentos, sim, mas até um certo ponto. E eu acho que isso é um reflexo da nossa sociedade e como ela está doente. 
Porque não tem lógica a mulher, por exemplo, lutar, levantar tantas bandeiras em relação a nossa liberdade, a nossa segurança, e gostar de ler coisas que eu vejo por aí que são absurdas. 
Porque se na vida real, eu tenho várias leitoras, por exemplo, que são super feministas, que estão sempre aí batalhando pelos direitos da mulher, né? Se na vida real, essa leitora levasse um tapa, uma vez, ela nunca mais daria chances para o cara bater nela pela segunda vez. Isso eu estou falando de violência física, mas existem vários outros tipos de violência. E, no entanto, essa leitora gosta de ler livros em que o cara é abusivo. 
Então eu não consigo entender porque é que isso acontece. Realmente é matéria para estudo psicológico mesmo, é porque eu, eu não gosto de ler e muito menos de escrever. Mas a gente vê que isso vende muito. Porque na literatura é atraente essa coisa do cara muito possessivo, muito ciumento, do fora da lei. Então assim, eu não entendo, não entendo de onde vem essa obsessão, mas é uma das coisas que mais vende, sim.

O gênero causa polêmica mesmo entre os próprios leitores, mas será que o problema se concentra no fictício ou na realidade? Segundo a autora Safira Castelo, os públicos desses nichos (livro e cinema) são diferentes, o que pode colaborar com uma outra percepção da mesma história, por ser disseminada em veículos diversificados justamente por eles terem um alcance muito maior (cinema) em comparação ao outro (livros). “Acho que tais histórias deveriam ser mantidas nos mundos dos livros. Ao meu ver, acho irresponsável este conteúdo ser transformado em seriados ou filmes, já que o público alvo tende a ser diferente, com uma demográfica também distinta”, explica.

Apesar dos pesares, é evidente que essas adaptações aumentam a procura pela matéria prima que inspirou a obra e, se causar uma boa impressão, vão procurar mais trabalhos do gênero. Atualmente, pelo menos 7 autoras brasileiras se encontram entre os 10 e-books mais vendidos pela Amazon. E, dentro desse top 10, apenas um livro não pertence ao romance erótico (sendo ele o clássico 1984 de George Orwell). “O gênero erótico nacional está crescendo, leitores que só consumiam estrangeiros, estão começando a encarar com outra visão o nacional. É um caminho lento, mas que eu vejo evoluir mais do que a fantasia ou terror nacional”, afirma Thalissa Betineli.

Agora, quando comparado com a lista de livros físicos mais vendidos do mesmo site, o cenário muda: apenas 3 autores brasileiros dentre os 10 mais vendidos, sendo dois deles sobre autoajuda. Nessa mesma lista, até a centésima posição, não há nenhum livro de romance erótico. “O gênero está consolidado entre um grupo de leitores e está cada vez mais fácil e popular a auto publicação”, analisa Paula Drummond, sobre os dados extraídos no dia 14 de outubro deste ano. “O mercado editorial tradicional não está tão aberto à literatura erótica quanto no passado, mas essas novas formas do autor encontrar o leitor dão conta do recado”.

Essas listas da Amazon são possivelmente um reflexo do comportamento do leitor tradicional brasileiro. Ainda de acordo com Paula Drummond, exemplares físicos carregam, sim, o fetiche de qualidade e respeitabilidade por ter a imagem diretamente ligada ao processo editorial de uma grande empresa (desde a revisão de texto até o marketing). “Acredito muito no mercado digital e tem muito livro erótico lá que vende bem mais do que muito livro físico”, completa.

 

A possibilidade do mercado digital é mais vantajosa financeiramente em comparação aos meios tradicionais que muitas vezes ficam presos a best-sellers estrangeiros. As grandes editoras preferem apostar em títulos com maior potencial de ser um sucesso de vendas. “Editoras tradicionais não escolhem autores por causa do seu talento, mas pelo tamanho do público que ele tem”, comenta Ariella Pereira. “Optei pela publicação independente porque além de ter um retorno financeiro melhor, posso construir meu público a partir daí”, justifica.

Esse receio de grandes editoras em apostar em autores nacionais é controverso com a missão que essas empresas deveriam ter: foco na qualidade das produções e na pluralidade de temas em seu catálogo. Em contrapartida, com esse gênero em evidência no nicho digital (seja na publicação ou na divulgação), muitos autores recorrem às editoras independentes para publicar seus trabalhos. Thalissa Betineli conta que algumas editoras de maior porte já ofereceram contratos desfavoráveis por ela não ser de grande nome no meio. “As pequenas editoras, como a que atualmente tenho contrato, são muito abertas ao autor independente, e em sua maioria, atende autores assim”, relata. “A que estou atualmente, escolhi por ser incrivelmente eficiente, e também pela maneira como sou tratada, mas só estou com físicos por desejo pessoal e para atender aos leitores, além de ganhar visibilidade. Minha maior renda continua sendo a Amazon”.

Traduzido do inglês, “Mais vendido”. Um bestseller é um livro popular tanto entre os leitores quanto na lista do mercado editorial.

Transcrição do áudio

Eu nunca sofri preconceito em relação a isso porque eu nunca procurei por editoras grandes. Eu acredito que sim, as editoras muito grandes como Intrínseca, Record, Rocco, essas editoras muito grandes, elas realmente não têm uma abertura para o romance erótico, não têm, pelo menos eu não vejo, não para esse tipo de romance erótico que a gente vê na Amazon. Mas, para por aí. Porque as editoras menores que existem hoje em dia, né? Elas estão totalmente abertas. 
Essas editoras entenderam e enxergaram o mercado literário e viram que o romance erótico é um dos que mais vende hoje em dia. E essas editoras menores, elas não têm tanto dinheiro para comprar livros que vêm de fora. Como uma Intrínseca da vida tem. Então a Intrínseca, ela sobrevive dos bestsellers, que já são premiados lá nos outros países, compra esses bestsellers e traz para cá porque elas sabem que é sucesso na certa. Elas não querem investir no novo, elas não querem investir no nacional desconhecido. Então, as editoras menores, é isso o que elas fazem, elas não têm como investir no “lá de fora”. 
E o que mais vende aqui no nacional? É o romance erótico. Então, por parte delas, não há preconceito. Pelo contrário, eu já recebi várias propostas para publicar. Só nunca publiquei porque eu publico pela Ler Editorial, eu estou bem nessa editora, eu gosto dessa editora e não vejo necessidade, eu sempre digo que se for para eu sair da Ler Editorial, eu só vou sair se for para uma editora maior que ela. Então assim, para mim, hoje, é super confortável publicar pela Ler e continuar publicando pela Amazon. Mas existe sim uma dificuldade aí por parte dessas editoras maiores, por parte das outras, não, é tranquilo.

As escolhas são conflitantes para as grandes corporações, afinal essas empresas não arriscam por receio de perder dinheiro investido, mas isso significa que em alguns anos essas editoras vão ter que correr atrás desse prejuízo e comecem a enxergar novas possibilidades dentro do gênero. Paula Drummond é uma dessas mentes abertas que, talvez, possa mudar o cenário. “Eu publicaria uma história bem escrita que pense realmente a sexualidade e não tenha traços de estupro, relações abusivas e seria legal que desafiasse os parâmetros convencionais. Se venderia tanto quanto um erótico virgem/CEO? Jamais. Mas são escolhas editoriais”. Mas até o jogo virar, o lar dessas histórias é o digital, sendo uma alternativa para ler, imaginar, compartilhar experiências e desejos sobre sexo da maneira que se sentir mais confortável. E Paula finaliza. “A maior parte das pessoas ama ler sobre sexo, desde que seja feito com qualidade, respeito e pensamento crítico”.

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